Brasil é um dos países com o maior índice de insolação no mundo

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Em entrevista exclusiva ao Portal Brasil Solar, Fabio Carrara, CEO da Solfácil, fala sobre perspectiva, desenvolvimento e futuro do setor de energia solar no país.

Fabio Carrara fundou e comandou a sua primeira empresa de instalação de energia solar de 2015 a 2017, e em 2018, redirecionou seus esforços para a fundação da Solfácil, a primeira fintech solar do Brasil, para resolver a principal dor do mercado: o acesso ao financiamento de energia solar. Em 2021, a Solfácil tornou-se um ecossistema solar especializado, e recentemente anunciou uma nova rodada de captação de R$500 milhões em Série C que pretende acelerar a ampliação do acesso à geração mais inteligente de energia.

RBS MAGAZINE: Fabio, segundo a consultoria Greener, a Solfácil é atualmente a terceira maior financiadora solar do país. Em 2021, a empresa ocupava a sétima posição. Como você enxerga esse desenvolvimento?

RESPOSTA: Nos últimos 04 anos crescemos exponencialmente. Somos parceiros de mais de 8 mil integradores em todos os 27 estados do Brasil, e já financiamos mais de R$1,2 bilhões em empréstimos solares, o que nos torna o segundo maior emissor de títulos verdes (recursos emitidos especificamente para financiar projetos com benefícios ambientais) no Brasil em 2021 e o quarto na América Latina.

Em tão pouco tempo, conseguimos a relevância de bancos tradicionais que também atuam no setor solar, além de posicionar nosso ecossistema solar na liderança do segmento. A evolução da Solfácil tem nos deixado extremamente felizes e esses resultados têm impactado na confiança de todos os parceiros que fazem parte da cadeia solar.

RBS MAGAZINE: Como a Solfácil planeja utilizar os recursos captados na última série de investimento?

RESPOSTA: A inovação na cadeia de ineficiência do setor de energia continuará sendo um grande foco a partir da ampliação de nosso portfólio de soluções que permitirá o acesso mais acelerado dos brasileiros à energia solar, além de uma colaboração ainda maior com nossos parceiros integradores. Queremos tornar a jornada solar em nossa plataforma digitalizada do início ao fim, facilitando o dia a dia desses parceiros a partir do acesso a produtos e soluções reunidos em um único lugar, assim como o acompanhamento do desempenho de todas as usinas solares financiadas em parceria com a Solfácil.

RBS MAGAZINE: A Solfácil se tornou um ecossistema especializado no ano passado e desde então, vem anunciando novas soluções para integradores e clientes. Há novidades no curto e médio prazo?

RESPOSTA: Estendemos nosso portfólio além do financiamento, pois sabíamos que os nossos parceiros e seus clientes precisavam de mais soluções, principalmente em relação ao fornecimento de equipamentos. Lançamos então a Loja Solfácil, que conecta nossos integradores parceiros a diversos distribuidores e marcas, e permite o acesso à estoque e acompanhamento de preço, dois grandes desafios em um mercado com alta demanda e uma cadeia de suprimentos global instável. O lançamento foi extremamente bem sucedido e nos motivou em direção ao desenvolvimento de outros produtos, criados pelo nosso próprio time.

Um desses exemplos, a ser lançado em breve, é o nosso dispositivo IoT inteligente. Ele possibilitará aos integradores e clientes finais o monitoramento preventivo e remoto dos sistemas, com sua própria rede de comunicação, garantindo a maximização da produção de energia e um ótimo suporte dos instaladores aos clientes, melhorando ainda mais esse relacionamento.

RBS MAGAZINE: Como o Brasil está posicionado perante o mundo no desenvolvimento da energia solar?

RESPOSTA: O Brasil é um dos países com o maior índice de insolação no mundo, mas ainda assim tem a segunda conta de luz mais cara por depender de fontes bastante caras e poluentes. Para se ter uma base de comparação, segundo o Atlas Brasileiro de Energia Solar, no local menos ensolarado no Brasil é possível gerar mais eletricidade na região com mais insolação da Alemanha, que é um dos líderes mundiais no uso da energia fotovoltaica.

De acordo com a Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), o Brasil, em 2021, adicionou 5,7 GW de capacidade solar fotovoltaica, ficando apenas atrás da China, Estados Unidos e Índia, chegando a um potencial total de 15 GW. Porém, menos de 1% da população brasileira usa esse tipo de energia.

Temos um mercado gigantesco, com muito potencial por aqui. O Brasil será, definitivamente, a maior referência mundial na descentralização da produção de energia elétrica, e a Solfácil quer ser a principal impulsionadora deste movimento.

RBS MAGAZINE: Quais são suas apostas para o futuro da energia solar?

RESPOSTA: Com a perspectiva, segundo estudos da ONU, de que mais de 90% da população brasileira passará a viver nas cidades até 2030, precisamos repensar os modelos de urbanização e infraestrutura e a aplicação da energia solar deve estar nessa discussão. Como consequência, a demanda por eletricidade aumentará ainda mais nessas regiões específicas, e a energia solar deve ser considerada uma alternativa por garantir a geração de energia descentralizada, ou seja, a que é gerada direto do telhado e consumida no mesmo local dessa geração, a um preço muito mais acessível na comparação com fontes tradicionais.

Além disso, a demanda por soluções ambientalmente positivas é crescente e será ainda mais latente nos próximos anos. Nossas soluções têm esse DNA verde e queremos continuar contribuindo abrindo espaço, tanto de informação quanto do acesso, para o maior número de pessoas.

Fonte: Canal Energy Storage

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