Qualidade é citada como primeiro elemento para segurança de inversores durante Fórum GD - Região Sul

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Evento aconteceu em Florianópolis, Santa Catarina na última semana, reunindo importantes especialistas do setor.

O crescimento da geração distribuída é bastante notável no Brasil. Contudo com ele a necessidade de cuidados na prevenção de acidentes elétricos também se fez necessário. O painel intitulado como “Aplicação de Inversores em projetos de micro GD” trouxe um debate importante sobre a tecnologia que chega ao mercado voltada para a prevenção de incêndios.

Durante as palestras o termo mais citado pelos especialistas esteve na qualidade do produto, a qual muitas vezes acaba esquecida diante da atratividade do preço. Contudo, os especialistas reforçam o quanto isso pode ser prejudicial ao sistema, onde apesar de uma ótima venda e boa instalação, muitas vezes as empresas se deparam com problemas graves e com risco ao projeto pela falha de um dos equipamentos.

Nelson Stanisci, especialista da HUAWEI, comenta que atualmente o mercado brasileiro se perdeu um pouco no que diz respeito à segurança dos equipamentos. Segundo ele, o mercado atualmente vem se guiando bastante por preço, contudo, vem esquecendo o quanto pensar na qualidade e também na mão de obra qualificada é importante para garantir a eficiência do projeto.

Um exemplo dado pelo especialista diz respeito aos sistemas residenciais, onde os top 5 fabricantes de inversores na Europa são hoje praticamente os que menos vendem no Brasil atualmente.

“Essa percepção de valor aqui no Brasil neste momento ela se perdeu muito. O mercado cresceu muito, muitas empresas chegaram. A demanda é muito alta, muitos integradores novos chegaram, mas muitas vezes essa grande quantidade fez com que se perdesse a percepção de valor. Valor de uma boa mão de obra, valor de um bom produto e se guiou somente por preço. Só que isso tem um custo e em algum momento vai chegar” afirma Stanisci.

O especialista ainda destaca que a mais ou menos um ano pouco se falava do detector do arco elétrico - FCI. Existiam até mesmo fabricantes contra o acessório de segurança, o qual é responsável por evitar incêndios nos sistemas. Contudo com a obrigatoriedade do produto este ano diante das recomendações do INMETRO e outras normas técnicas, muitos fabricantes tiveram que se adequar a necessidade do mercado.

“O arco elétrico é o maior causador de incêndios em instalações fotovoltaicas e a gente tem que lembrar que o Brasil ainda é um mercado novo. Os sistemas estão operando a pouco tempo. Então os problemas que a gente vai ver com relação à qualidade do produto, com relação à qualidade na instalação eles estão começando a aparecer, mas vão ainda levar um tempo para se propagar” explica Stanisci.

Quem também comenta o assunto é Abel Cunha Júnior, da Solplanet. O mesmo destaca que no Brasil hoje ainda existe um histórico pequeno de acidentes graves envolvendo sistemas fotovoltaicos. Contudo no exterior muitas análises já foram realizadas a fim de mostrar o comportamento dos equipamentos e como os acidentes acontecem diante de falhas de equipamentos, assim como procedimentos inseguros durante a instalação.

“No Brasil a gente tem muitas peculiaridades, a rede é muito picada. A própria rede elétrica tem muitas falhas. O público que instala realmente a gente viu que cresceu muito rápido e infelizmente a gente tem que admitir que nem todos se capacitaram da forma certa para estarem lá fazendo estas instalações. Então realmente a gente vai ter um número muito grande de equipamentos dando falha e tendo toda essa preocupação aumentando os níveis aí de assistência técnica e troca de equipamentos justamente por esses fatores” afirma Cunha Júnior.

O especialista finaliza dizendo que atualmente existe muita falha nos sistemas hoje gerada pela instalação de baixa qualidade.

Fonte: Canal Energy Storage

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