Reaproveitamento de Baterias é uma das tendências para o setor de Armazenamento de Energia

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Crescimento da mobilidade elétrica têm criado outras oportunidades de negócios envolvendo o reuso das baterias descartadas.

O crescimento da mobilidade dos últimos anos e sua expectativa de crescimento até 2040 faz com que muitos especialistas pensem em alternativas para o reuso das baterias que serão descartadas no meio ambiente. O reaproveitamento das baterias, por sua vez, é uma das oportunidades, segundo Jonathan Moura, especialista do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD).

Ele explica que por normas e questões de segurança a bateria dos veículos elétricos só pode operar em um estado de saúde que vai na faixa de 100% a 80% do estado de saúde.
A questão é que ao atingir esse nível antigamente o equipamento era automaticamente encaminhado ao descarte, onde o reaproveitamento de alguns materiais rentáveis era realizado, porém a bateria em si perdia sua função.

Contudo, ao passar dos anos, uma nova tendência surgiu visto que as baterias descartadas ainda possuem 80% da sua capacidade nominal, o que traz um leque de outras tendências e oportunidades segundo o especialista.

“Mesmo não atendendo aos requisitos para aplicações de veículos elétricos, as baterias ainda têm cerca de 80% da capacidade nominal. Isso aí ainda é muita coisa, então o que está se vendo, as tendências que estão ocorrendo agora é justamente este reaproveitamento das baterias no que nós chamamos de segunda vida” explica ele.

Moura comenta que dentre as aplicações das novas baterias voltadas à segunda vida estão o armazenamento de energia para backups, a utilização em conjunto com energias renováveis como fotovoltaica e eólica e também a utilização em sistemas de recarga de veículos elétricos.

As projeções, por sua vez, se mostram bastante positivas em relação a esse tipo de bateria. Estudos já indicam que em 2030 a capacidade de energia que estará disponível com elas será possível suprir quase 60% reutilizando apenas as baterias de segunda vida, o que para Moura já se mostra viável e também cria um ecossistema para criar e reutilizar essas baterias.

“Pensando nisso, várias empresas, fabricantes de veículos elétricos como também os próprios fabricantes das baterias que enviam esses packs para as montadoras, eles estão iniciando projetos de pesquisas e desenvolvimento" afirma o especialista.

Desafios do Reaproveitamento de Baterias

Além das boas projeções voltadas ao reaproveitamento de baterias, Moura explica que o mercado ainda possui alguns desafios técnicos. Para ele o principal gargalo é a falta de conhecimento histórico da parte de como as baterias funcionam, seus níveis de temperatura e o quanto ela foi estressada ou não. Ele explica até que existem tecnologias para se descobrir os dados, contudo são bastante demoradas, o que se torna um desafio.

Outro problema evidenciado diz respeito a desmontagem dos packs, uma vez que ele é montado conforme o veículo elétrico e nesse caso exigem vários formatos, o que dificulta a desmontagem. Além disso, a questão de característica e desempenho das células, os principais desafios envolvem níveis de degradação que elas estão e como serão reagrupadas, bem como a gestão de monitoramento, já que ele precisa ter algumas características a mais de modo a trazer segurança.

Por fim, Moura reforça que em questão de performance ainda não existem regulamentações atuais que atendam o tema de baterias de segunda vida, o que traz entraves para o crescimento do setor.

“Não existem regulamentações atuais que tratem justamente desse tema de baterias de segunda vida. A gente observa a utilização de já existentes para baterias consideradas novas, em primeira vida então toda essa parte de normativas, questão de quando a bateria vai ser retirada, quem é que vai ser responsável, se é o fabricante do veículo, se vai ter uma contrapartida de volta para quem tem o veículo elétrico. Tudo isso são questões em aberto e que são meio que entraves para que esse mercado de segunda vida ele se popularize cada vez mais” finaliza.

Fonte: Canal Energy Storage

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