Impacto do hidrogênio verde no agronegócio e mercado de fertilizantes pode ser bastante vantajoso no Brasil

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Abastecimento interno é visto como muito promissor e positivo a partir da visão estratégica.

A produção de hidrogênio verde vem ganhando espaço no Brasil e embora o assunto seja voltado para fontes renováveis de energia como energia eólica e solar, o produto vem sendo debatido também sobre o agronegócio, onde a produção de biofertilizante se mostra bastante promissora.

Hugo Albuquerque, diretor de Hidrogênio Verde da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD), debateu o assunto durante a 4ª Energy Storage Brasil em 2022 e trouxe importantes questões para debate, uma vez que até o momento o gás é visto apenas como uma questão energética.

Em seu painel, Albuquerque destaca que o hidrogênio verde tem muito mais importância para o Brasil dentro do mercado interno do agronegócio, assim como também muito mais vantajoso do ponto de vista estratégico do abastecimento dele. O especialista reforça que a geopolítica mudou nos últimos anos e hoje a energia é o centro dos principais poderes mundiais.

“No mundo atual, o conceito geopolítico mudou. A Guerra da Rússia e da Ucrânia tornou isso muito evidente. Nós passamos hoje por uma geopolítica energética. Hoje manda no mundo quem tem mais energia ou quem depende da energia do seu vizinho e a Rússia mostrou isso” afirmou Albuquerque.

O especialista comenta que é nesse contexto, onde quem manda no mundo é quem produz e entrega mais energia, é que a produção de Hidrogênio Verde entra. Hoje de 10 produtos que o Brasil exporta, seis deles estão voltados ao agronegócio.

“24% do PIB brasileiro vem do agronegócio e quando a gente fala de hidrogênio verde, o Brasil ele tem uma grande oportunidade de se tornar um HUB exportador, de ceder mais uma commodities, mas de valor agregado de energia para exportação em todos os portos do Brasil, sem exceção e ele tem a grande possibilidade de se tornar um produtor para o mercado interno de amônia verde e de ureia” explicou Albuquerque.

Dentro desse cenário, o especialista reforça que as sanções impostas pela União Europeia também deve movimentar o mercado brasileiro, onde produtos que possuem grande emissões de CO2 podem acabar sobre taxados. Esse fato afetará as exportações brasileiras em cheio principalmente de aço, cimento e produtos químicos, onde a Europa é o seu maior mercado de exportações. Uma soluções, segundo Albuquerque é gerar energia plantas de hidrogênio verde nas plantas industriais do produto a fim de diminuir as emissões.

Hidrogênio Verde e o Agronegócio

Albuquerque ressaltou que produtos agrícolas provenientes de áreas desmatadas também devem ser vetados na Europa em breve e o Brasil conta com um grande problema neste quesito já que o país possui mais cabeças de gado do que pessoas no país.

“Quando nós falamos em emissão para entrar no termo mobilidade elétrica, nós temos que entender que a Europa olha para o Brasil com maus olhos, os Estados Unidos olha com maus olhos, não porque o Brasil seja um grande emissor de CO2. Nós emitimos cerca de 1,5% das emissões de C02 mundiais, Estados Unidos e China emitem mais de 50%. Então o nosso problema não está nas emissões, porém 73% do que emitimos está relacionado há dois itens fermentação entérica ou o arroto do gado. A gente tem mais gado no Brasil do que pessoas, isso do gado bovino, do gado suíno, a ave. Todos eles produzem fermentação entérica” afirma o especialista.

O Hidrogênio, por sua vez, entra como uma oportunidade para trabalhar a emissão de CO2 no campo de modo a compensar as emissões. 58 bilhões de dólares foram gastos em fertilizantes no Brasil nos últimos 12 anos segundo Albuquerque, incluindo a Amônia, produto que pode ser gerada a partir do hidrogênio verde e diminuir consideravelmente esses números.

“Quando a gente fala de hidrogênio verde, a grande estratégia que eu enxergo não é a exportação, não que ela não seja importante, pois ela é de extrema importância pois também ajuda na balança comercial [...], mas para a amônia a gente consegue usar isso muito para produzir amônia e melhorar nossa balança comercial” explica o especialista.

Portanto, para Albuquerque usinas de amônia a partir de hidrogênio verde possuem um grande potencial para o mercado brasileiro, principalmente voltado a balança comercial. A palestra completa do especialista está disponível no canal do YouTube do Grupo FRG através do link: https://www.youtube.com/watch?v=SzW8OGovNNM .

Fonte: Canal Energy Storage

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