A tecnologia de armazenamento de energia, em especial as baterias de lítio, tem experimentado um crescimento exponencial, refletindo uma demanda crescente por soluções de mobilidade elétrica e sistemas de energia renovável. Em uma apresentação recente durante o Fórum Regional de Geração Distribuída, o especialista Raul Beck, da Fundação CPqD, destacou como a evolução dessas tecnologias tem sido crucial para o Brasil acompanhar o ritmo acelerado global, especialmente na China, onde a participação de veículos elétricos nas vendas atingiu 50%.De acordo com Beck, o mercado de baterias de lítio no Brasil e no mundo está projetado para crescer entre 17% a 19% ao ano. Esse aumento é impulsionado não apenas pelo avanço da mobilidade elétrica, mas também pela integração de sistemas de armazenamento em instalações fotovoltaicas. Países como Alemanha e Itália já estão na vanguarda, com 80% e 70% das novas instalações de energia solar, respectivamente, incorporando baterias para melhorar a eficiência e a gestão do consumo de energia.Entretanto, o crescimento acelerado também apresenta desafios. O preço do carbonato de lítio experimentou oscilações significativas nos últimos anos, impactando a indústria. Apesar de uma alta em 2022, os preços já mostram uma tendência de queda, refletindo a dinâmica do mercado. Beck enfatizou a necessidade de políticas governamentais que incentivem a produção local e a redução de impostos sobre as baterias, para que o Brasil possa se inserir de forma competitiva nesse cenário global.No Brasil, o CPqD tem trabalhado em colaboração com a indústria para desenvolver soluções de armazenamento que atendam às necessidades específicas do mercado nacional. Recentemente, uma usina de armazenamento de energia foi inaugurada em Registro, São Paulo, com capacidade de 60 MW/h. Este projeto não fornece apenas suporte para rede elétrica em momentos de pico, mas também representa um passo importante para a sustentabilidade energética do país.Além das baterias de lítio, outras tecnologias emergentes estão ganhando atenção, como as baterias de sódio e as de fluxo. Essas alternativas prometem diversificar o mercado de armazenamento, oferecendo opções que podem ser mais econômicas e acessíveis. Contudo, os desafios técnicos ainda precisam ser superados antes que essas tecnologias possam ser amplamente utilizadas.O Brasil está em uma encruzilhada crucial no que diz respeito ao armazenamento de energia. Com um mercado de baterias em expansão e uma crescente integração de energia renovável, o país possui uma oportunidade única de liderar a transição para uma matriz energética mais limpa e eficiente. O desenvolvimento contínuo de tecnologias e políticas desenvolvidas será fundamental para garantir que o Brasil não apenas acompanhe, mas também contribuirá significativamente para a revolução global no armazenamento de energia.A palestra completa do especialista pode ser assistida pelo link: https://www.youtube.com/watch?v=qzz8pdAvtUc.