Uma nova bateria desenvolvida por pesquisadores da Universidade Federal Fluminense (UFF) pode transformar o cenário do armazenamento energético, peça-chave para a expansão das energias renováveis. A inovação, coordenada pelo professor Samuel Bertolini, utiliza um composto à base de teflon e poliacrilonitrila (PANfon) e tem o flúor como elemento ativo no cátodo — uma abordagem inédita no mundo.Diferente das tradicionais baterias de íon-lítio, que utilizam metais caros e escassos como o cobalto, no entanto, a bateria da UFF aposta em materiais mais abundantes, acessíveis e com menor impacto ambiental. Os testes mostraram que, após sucessivos ciclos de carga e descarga, a capacidade energética do novo modelo ultrapassou os 1000 mAh/g — desempenho até oito vezes maior do que o das baterias convencionais.Além da performance superior, a tecnologia também se destaca pela versatilidade. Pode acabar adaptada para uso com sódio e magnésio, metais ainda mais abundantes que o lítio, o que a torna promissora para aplicações em larga escala, como sistemas de armazenamento para usinas solares e eólicas.O avanço surge em um momento estratégico, em que o mundo busca alternativas mais limpas e eficientes para viabilizar a transição energética. Armazenar energia de forma confiável e acessível é essencial para que fontes intermitentes, como o sol e o vento, ganhem escala e estabilidade.Com patente já registrada no Brasil e em processo de proteção internacional, a UFF também inaugurou seu primeiro laboratório de energias renováveis, reforçando seu papel como centro de inovação científica. A expectativa é que a tecnologia avance para parcerias com o setor produtivo, impulsionando o Brasil na corrida por soluções sustentáveis e tecnológicas no mercado global de energia limpa.Foto: Bateria estudo | Foto: Samuel Bertolini